quarta-feira, 19 de novembro de 2008

Singularidades de uma rapariga loira

É uma história de amor, o amor de um jovem honesto e trabalhador, por uma rapariga loira "Luisa".

Era uma rapariga de vinte anos, talvez, fina e fresca, loura como uma vinheta Inglesa. A brancura da pele tinha alguma coisa de transparência das velhas porcelanas, e havia no seu perfil uma linha pura como de uma medalha antiga que os velhos poetas pitorescos ter-lhe-iam chamado, pomba, arminho, neve e ouro. "Luisa" tinha o carácter loiro como o cabelo, se é certo que o louro é uma cor fraca e desbotada, ela falava pouco mas sorria sempre com os seus dentinhos, dizia a tudo "pois sim", era muito simples, quase indiferente, cheia de transigências.

Amava o noivo, com todo o amor que podia dar a sua natureza débil, aguada e nula. Ela era uma rapariga aparentemente dócil e sem vontade própria, uma rapariga singular. Nesta história não vão faltar peripécias e indícios do que vai acontecer a Luisa.
Ela envolve-se em vários desaparecimentos, primeiro os lenços da indía na loja, depois uma moeda de ouro numa noite de jogo e convivio em sua casa. Por fim, arrasta o noivo brandamente para uma ourivesaria, queria ver anéis com pedras. "Luisa" ia examinando as montras forradas de veludo azul, onde reluziam as jóias e não satisfeita tira um anel. "Luisa ea uma ladra"!
O noivo descobriu por fim o carácter de Luisa, agarrou-lhe o pulso fitando-a, recuperou-se e abandonou Luisa. Não porque a deixou de amar, mas porque desiludido esta não correspondia ao seu ideal moral.
Luisa era artificial e desonesta.

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